Operador de som é igual a juiz de futebol!

Operador de som é igual a juiz de futebol!
Autor: Fernando A. B. Pinheiro

Em jogo de futebol de várzea, "Arranca-Toco" x "Pé-de-Quabra", sobra para juiz da partida aquele que ninguém escolheu para jogar. Quero Fulano, um diz, quero Beltrano, outro diz, e assim por diante até completarem os times. Os que sobraram vão ser o juiz e os bandeirinhas.

Não conheço o nome de um juiz de futebol sequer (Arnaldo César Coelho ficou conhecido depois que se tornou comentarista). Não existe juiz de futebol famoso ou rico. Não se paga milhões pelo passe de um juiz. Na verdade, juiz de futebol só é lembrado quando faz coisa errada, e aí quem sofre é a mãe dele. Mas não existe partida de futebol sem juiz, e um bom ou mal juiz pode influenciar no resultado do jogo, além de render comentários por vários dias ou semanas. Por isso, quanto mais importante o jogo, melhor também tem que ser o juiz. Não é qualquer juiz que apita um jogo de Copa do Mundo, e mesmo entre esses, não é qualquer um que apita a final da Copa.

Mas porque falar em juiz de futebol. O que tem a ver com sonorização? Tudo! Ser operador de som é parecido com a profissão de juiz.

Se você espera reconhecimento, vá cantar, tocar, pregar. Nunca cuidar do som. Em geral, som é para quem não tem boa voz nem aptidão para tocar um instrumento. São aqueles que "sobraram". Trabalhar no som é ser somente lembrado quando dá problema: microfonia, tiros e estalos, defeitos especiais, etc. Mesmo quando é o músico ou o cantor que erra, as pessoas olham para o operador de som, achando que a culpa é dele. E o pregador dá aquele olhar fulminante na direção do som, e a igreja inteira olha junto. Ainda assim, não dá para ter um culto sem o operador de áudio, e quanto maior a quantidade de pessoas, maior a responsabilidade do som. É função essencial, ainda que ninguém dê muita importância.

Se você espera ser notado, elogios e reconhecimento, esqueça. Como se diz popularmente, é melhor "pendurar uma melancia no peito" ou "usar um chapéu de abacaxi", mas cuidar de som é algo que passará despercebido para todas as pessoas (a menos que dê problema - quando todos vão perceber). Isso é absolutamente normal. Nem entre as lideranças da igreja o som é valorizado. Todos querem saber que hinos serão cantados, o que está sendo ensaiado, mas quando você pede 5 minutos de atenção para explicar o uso correto de um microfone, é a maior má vontade. Comprar material para o som? Está entre as tarefas mais difíceis. É muito mais fácil e tranquilo comprar algo para decoração que qualquer coisa para melhorar o som.

Mas não é só com juiz de futebol que podemos comparar os operadores de som nas igrejas. Podemos comparar com a vida de Jesus.

Jesus veio ao mundo para servir. O operador de som tem essa vida: servir aos músicos, ao cantores. Não servir no sentido de ser subalterno, mas de que nosso trabalho é basicamento ajudá-los a conseguir um resultado melhor do que quando sem os recursos tecnológicos de áudio.

Jesus muitos milagres fez, mas não conseguiu ser reconhecido em Nazaré, cidade onde cresceu. Tanto que disse que "Não há profeta sem honra a não ser na sua própria casa". Por mais que nos esforcemos, o reconhecimento da igreja onde participamos será mínimo.

Jesus, mesmo sem pecado algum, foi humilhado e crucificado. Quantas vezes os operadores de áudio da igreja não são humilhados e "crucificados", mesmo com o problema tendo sido causado algo fora do nosso alcance.

Jesus foi levado à crucificação sem se defender. "Como ovelha muda ao matadouro". Uma das melhores coisas que o operador de som pode fazer é ficar em silêncio, na hora dos brigueiros.

Jesus, mesmo sabendo o destino horrível que lhe aguardava, foi até o fim, pois sabia da importância da sua missão. Quanto aos operadores, muitos não aguentam as pressões (reclamações, cobranças, etc) e desistem pelo caminho.

Mas alguns amam esse trabalho, sabem a sua importância, e perseveram! Sabem que a tarefa é dura, o serviço é pesado, até mesmo sofrido, mas é exatamente por isso que é uma função abençoada. Deus não enxerga as coisas como o homem enxerga. Deus sabe da importância, e do esforço de cada um.

Costumo sempre dizer que som, nas igrejas, é para os valentes. Daví teve milhares de homens nos seus exércitos, mas a Bíblia registra o nome apenas dos seus valentes. Cuidar de som é isso: é ser um dos valentes de Daví, sem esperar reconhecimento de ninguém, a não ser do Rei.

fonte/http://www.somaovivo.mus.br/artigos.php?id=41



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