Mais dinheiro no bolso não significa consumo mais consciente. Pesquisa da Fecomércio-Rio revela que o brasileiro está mais desatento em relação a hábitos como a leitura de rótulos de produtos antes de comprá-los. Entre aqueles que procuram saber se o prazo de um produto venceu, por exemplo, o recuo é expressivo, de 84% para 75%, entre 2010 e 2011.
O economista da Fecomércio-RJ, Christian Travassos, considera que a redução dos "bons hábitos" tenha influência do fato de que aumentou o número de pessoas com capacidade de consumir.
-Em 2010, a economia cresceu muito, 7,5% ao ano. Isso gera uma certa acomodação, uma menor preocupação com tudo, preço, juros e rótulos - afirma.
A pesquisa mostra que cresceu também a parcela de consumidores que considera exagero dizer que a humanidade corre perigo por conta do aquecimento global. O percentual que era de 19%, em 2010, e subiu para 25%, em 2011. Em 2007, era ainda maior: 30%. E para a maioria da população (71%), essa responsabilidade pode ser transferida para o cidadão comum. Trata-se do maior percentual dos últimos cinco anos.
Por outro lado, quando o consumidor comenta seus hábito, a maior parte dos entrevistados diz que fecha a torneira enquanto escova os dentes e apaga as luzes ao deixar um cômodo. Segundo Travassos, a explicação está no bolso.
-Quando o cidadão vê que vai pagar menos se apagar a luz ou fechar a torneira, ele faz. É a parte mais sensível - afirma.
Embora minoria na sociedade, cresceu a fatia de consumidores que prefere consumir produtos de menor impacto ao meio ambiente, como madeiras certificadas, sprays sem CFC etc. Ao todo, 20% dos consumidores dizem se preocupar e verificar se um alimento é transgênico.
O levantamento foi realizado em 70 cidades, incluindo nove regiões metropolitanas do país, e contou ao todo com 1000 entrevistas a domicílios.
Via - Globo
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