CDI supera Bolsa como aplicação mais rentável do Plano Real


 Exatos dezessete anos após o início do Plano Real, os elevados juros brasileiros fizeram da renda fixa a melhor aplicação financeira no período de julho de 1994 até julho deste ano.
Segundo cálculos do orientador do INI (Instituto Nacional de Investidores), Nilton Farinati, o CDI (Certificado de Depósito Interbancário), usado como benchmark (referência) para a rentabilidade de fundos de investimento que aplicam em títulos de renda fixa, registrou rentabilidade nominal aproximada de 2.000% neste período. Nos mesmos dezessete anos, o Ibovespa apresentou valorização acumulada de 1.400%, segundo os cálculos do orientador.
“Para a rentabilidade do Ibovespa empatar com a do CDI, o índice da bolsa paulista precisaria estar na faixa dos 90.000 pontos atualmente”, afirma.
Já a caderneta de poupança registrou um rendimento de aproximadamente 650% de julho de 1994 até hoje.
Rendimento realDescontada a inflação do período (630% do IGP-M, pelos cálculos do orientador), o CDI registrou uma rentabilidade real aproximada de 1.370%, enquanto o Ibovespa acumulou 770% de valorização e a poupança ficou com apenas 20% de ganho real.
De acordo com o professor de economia da Trevisan Escola de Negócios, Alcides Leite, os juros têm ficado em patamares muito altos desde o início do Plano Real.
“No início do Plano, o Governo elevou bastante os juros para segurar o capital externo no País. Havia uma ameaça de crise nos países em desenvolvimento e a tendência era que houvesse uma fuga deste capital estrangeiro. Com os juros altos, o Governo conseguiu segurar estes investimentos”, afirma o professor.
Depois, segundo ele, os juros se mantiveram em patamares elevados com o objetivo de conter o avanço dos preços, muito comum nos anos anteriores ao Real. “Neste segundo momento, as taxas ficaram elevadas com o objetivo de segurar a inflação”, explica.
O orientador do INI lembra que as taxas chegaram a patamares bem mais elevados do que o nível atual, de 12,25% ao ano. “Tiveram períodos em que os juros chegaram a 20% a.a. Isso elevou muito o ganho dos investimentos de renda fixa atrelados ao CDI”, afirma Farinati.
Bolsa
Apesar de menor, os especialistas ressaltam que a valorização da Bolsa de Valores também foi bastante expressiva nestes anos. “O mercado acionário se valorizou muito durante o Governo Lula. Estávamos com certa estabilidade da inflação e houve um crescimento grande da economia, que fez com que a imagem do País melhorasse bastante e atraísse capital externo para a bolsa”, afirma o professor da Trevisan.
Entretanto, ele lembra que o período de valorização constante foi interrompido pela crise internacional, de 2008. “De lá pra cá, a bolsa caiu e não voltou mais a atingir o mesmo patamar”, ressalta.
Para Farinati, se não houvesse este período de crise, o Ibovespa teria uma rentabilidade melhor do que o CDI. “Quando observamos períodos de 10 anos, o Ibovespa sempre bate a renda fixa. Se não tivesse recuado tanto em 2008, acredito que a valorização acumulada seria maior”, afirma o orientador do INI.
PoupançaJá a caderneta de poupança registrou rendimento bem menos expressivo do que os outros investimentos. “A poupança é uma opção bastante conservadora, uma aplicação usada mais para não perder capital com a inflação”, afirma Leite.
Segundo Farinati, apesar da baixa rentabilidade, a poupança ainda tem grande procura por conta da facilidade de aplicação e liquidez imediata. “Mas quem quer investir em renda fixa visando o longo prazo deve procurar por produtos atrelados ao CDI”, ressalta.
Diego Lazzaris Borges - infomoney



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