Finanças - Que qualidades tem um bom investidor?

Muitas pessoas acham que ser um bom investidor em ações, escolhendo pessoalmente as ações das empresas que comporão sua carteira de investimentos, é uma tarefa complicada. Avaliar balanços, ler diariamente notícias sobre as empresas, escolher o melhor momento de comprar e vender as ações – tudo isso parece complicado demais para quem não entende patavina de contabilidade ou do mercado. Mas isso não é verdade: investir em ações pode ser mais fácil do que você pensa.


Qualidades do bom investidor

Boa parte das pessoas acha que um bom investidor, necessariamente, é alguém com QI acima da média, três telas de computadores ligadas 24 horas por dia nos principais mercados de ações do mundo, e uma cabeça antenada em todas as notícias do mercado. Mas essa é uma imagem equivocada: é perfeitamente possível ser um bom investidor com um QI normal e apenas um computador antigo com acesso à internet. Warren Buffett dizia que, se você tem um QI de 150 e quer investir em ações, é melhor vender 30 pontos para outra pessoa.
A boa notícia é que a maioria das qualidades de um bom investidor são acessíveis a todas as pessoas. A má notícia é que, provavelmente, a maioria das pessoas jamais as terá – não porque elas são inacessíveis, mas porque exigem algumas virtudes que muita gente não tem a menor vontade de desenvolver, ou acredita que elas não as tornariam pessoas ou investidores melhores. Antes de demandar inteligência, investir requer certos traços de temperamento:
“(…) tudo começa com uma qualidade de temperamento, não um alto QI. Você precisa de um QI de 125. Mais que isso é desperdício. Mas você precisa ter um certo temperamento e precisa pensar por si só. E então, procure constantemente por oportunidades. Você pode aprender todo dia. Não pode agir todos os dias, mas pode aprender diariamente. É como qualquer jogo – se você gostar de jogá-lo, se sairá bem.” (Warren Buffett – Assembléia Anual da Berkshire Hathaway em 2005).
Vejamos algumas das qualidades de um bom investidor:
a) Paciência

É difícil ver sua carteira de ações apresentar um resultado ruim por meses a fio, e ainda assim persistir. Muitos desistem antes, vendem suas ações e preferem amargam o prejuízo. Os que persistem, têm dois destinos: ou vêem seus investimentos ir para o ralo ou são bem sucedidos. A boa notícia é que, se o investidor tiver as outras qualidades, provavelmente verá um bom resultado no longo prazo.
b) Pensar por si mesmo

É importante ter noção do que está acontecendo no mundo. Ler bons jornais, saber como está a economia do país e do mundo é relevante. Mas é importante não ceder à tentação de seguir o que o “mercado” acredita que vai acontecer. Faça suas próprias análises – após, evidentemente, ler bons livros sobre investimento – e siga suas conclusões. Leia o que os analistas pensam, mas não siga cegamente a opinião deles. Faça o seu dever de casa. Leia os balanços das empresas, pois é lá que você irá encontrar a maioria das informações necessárias para investir.
c) Não seguir as multidões e as tendências do mercado

Boa parte dos analistas técnicos diz que o bom investidor deve seguir as multidões. Mentira deslavada! Na maioria das vezes, seguir as multidões levará você a ter resultados pífios: a começar a investir em ações quando elas estão em alta, e deixá-las quando elas estiverem em baixa. Obviamente, isso não significa que você deva fazer o contrário: mas apenas, como dito no item anterior, que você deve avaliar se a tendência e o comportamento de massa é ou não racional. Às vezes, as multidões e o mercado estão certos, e às vezes não. Cabe a você estudar para saber diferenciar as duas situações.
d) Pensar em uma ação como parte de um negócio
Isso parece óbvio, mas muitos investidores pensam na ação independentemente do negócio que está por trás dela. No longo prazo, boas empresas oferecem bons resultados, suas ações pagam bons dividendos, apresentam lucros crescentes e aumentam seu preço. E empresas ruins apresentam prejuízo, pagam poucos dividendos e suas ações despencam. Simples assim.
e) Lidar com as flutuações de mercado

Se os mercados fossem absolutamente racionais, eles descontariam no preço da ação todas as informações disponíveis na empresa. Mas os mercados não funcionam assim, apesar de muitas pessoas acreditarem na hipótese do mercado racional. Os mercados são compostos por pessoas, e elas são muitas vezes irracionais. Aceitam pagar por uma empresa ruim um valor muito alto ou, pelo contrário, pagar um valor muito baixo por uma empresa excelente. E isso pode ser a desgraça ou o maior trunfo de um investidor. Se você for paciente (item “a”), pensar por si mesmo (item “b”), não seguir as tendências do mercado (“c”) e pensar na ação como parte de um negócio (“d”), fica muito mais fácil descobrir oportunidades e pensar racionalmente se o mercado tem razão ou não. E, a partir daí, tirar vantagem de suas conclusões para a sua carteira de investimentos.

Que características um bom investidor deveria procurar em uma empresa?


Se você pensar na ação como parte de um negócio, procurará investir em empresas de qualidade, que apresentem bons indicadores. Entre os elementos que indicam a qualidade de uma boa empresa, eu procuro seguir os seguintes:
- ROE (Retorno sobre o patrimônio líquido): eu procuro empresas com ROE superior a 10% e, de preferência, 15%.
- Margens: quanto maior a margem, melhor. Indica que a empresa pode cobrar um preço mais alto por seus produtos, e além disso, tem grande controle sobre seus custos. É importante comparar as margens de uma empresa com as margens de empresas do mesmo setor.
- Lucro por Ação crescente: Se o lucro por ação cresce, o preço da ação cresce a uma boa taxa (de pelo menos uns 10% ao ano). Não tem jeito: pode ser que no curto prazo esses fatores se dissociem, mas no longo prazo o preço da ação convergirá com os lucros. Mas procure empresas que apresentem um crescimento consistente nos últimos anos (de preferência, nos últimos 8 a 10 anos). Com isso, fica mais fácil prever o crescimento e, quem sabe, prever com razoável precisão o valor das ações no futuro.
- Boa taxa de retenção nos lucros: Procure empresas que apresentem uma boa taxa de lucros retidos – ou seja, uma parcela dos lucros que não é devolvida para o acionista na forma de dividendos, mas reaplicada no próprio negócio, para gerar crescimento orgânico.
- Dívida baixa: procure empresas com pouca dívida – ou, de preferência, que não tenham qualquer dívida. É claro que encontrar empresas sem dívida alguma é uma tarefa difícil, já que dívidas normalmente são necessárias para alavancar os lucros. O importante é que as dívidas estejam num patamar razoável. Dívidas demais indicam que a empresa não consegue se manter com suas próprias pernas!
E você, tem essas qualidades? Ou acredita que um bom investidor tem outras qualidades, além destas?
Via - opequenoinvestidor.com.br



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