Samy Dana, da FGV, acredita que os preços atuais embutem uma expectativa de que o Brasil dará um enorme salto econômico.
Os preços dos imóveis devem ter uma desvalorização severa após a Copa
do Mundo de 2014, na opinião do professor da Escola de Economia da FGV
(Fundação Getulio Vargas), Samy Dana.
O professor estima que os preços de alguns imóveis nas 12
cidades-sede podem despencar até 50% depois do evento esportivo,
principalmente, na cidade de São Paulo. “Sem dúvida, os preços dos
imóveis residenciais, mais novos e localizados nas regiões centrais de
São Paulo vão cair mais”, destaca.
A demanda por imóveis e por alugueis, de fato, existe, mas Dana defende que os patamares atuais de preços parecem infundados e muito acima do limite razoável.
“Os brasileiros acreditam que todos os problemas de infraestrutura, saúde e segurança do País serão resolvidos nos próximos dois anos, o que valorizaria todos os imóveis”, afirma o professor. “Os preços seguem um sonho, uma crença, não a realidade.”
Inadimplência
E não é somente a ilusão vinculada ao evento que deve puxar os preços para baixo, na opinião de Dana. Como o crédito imobiliário foi dado com mais intensidade entre 2009 e 2010, o ano da Copa pode marcar um período de grande inadimplência no setor.
“Os imóveis começam a ser entregues, surgem outros custos, a pessoa se enforca e fica inadimplente”, explica o professor. Isso, de acordo com ele, desencadearia uma onda de venda de imóveis, contribuindo para derrubar os preços.
Mau negócio
Por conta deste cenário, para o professor, os imóveis não são um bom investimento neste momento. “Quem for comprar para vender, vai perder dinheiro depois da Copa”, acredita.
Como o dono do imóvel não quer perder dinheiro com o negócio, no primeiro momento, ele não reduzirá o preço, mas o problema, segundo Dana, é que o comprador também não vai querer pagar. Conclusão: não há negócio.
“O primeiro sinal não é a diminuição dos preços, mas do número de negócios. A queda é um processo que demora um pouco mais para começar, mas à medida que mais pessoas querem vender, e menos querem comprar, os preços vão caindo”, diz.
Mariana Mandrote, www.infomoney.com.br/
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