Competência essencial de organizações inteligentes

Falamos ou ouvimos que o brasileiro é muito criativo e isso contribui para que tenhamos "algo mais" de diferente dos outros. Nossas pesquisas demonstram que algumas empresas no Brasil investem muito no desenvolvimento da criatividade como uma das competências essenciais de sobrevivência do negócio. E isso de certa forma está acontecendo lentamente, mas há movimento, em outras organizações.

Não vamos generalizar e dizer que o brasileiro é muito criativo, pois sofremos muitos bloqueios à criatividade. Bloqueios da sociedade, da educação, emocionais, perceptivos, culturais, socioeconômicos, psicológicos. Mas um bloqueio dentre muitos que estimulou e gera resistência à criatividade - tanto em governantes e dirigentes políticos de todas as tendências, como entre empresários - é a insegurança. Como diz um amigo: "Essas pessoas temem ser afetadas no processo de decisão por impulsos e, mais grave, assustam-se com a possibilidade de ter que ouvir ideias diferentes das suas".

Agora, mais do que nunca, as atitudes criativas, não podem ser só das "grandes cabeças". Certo empresário que se confessava admirador do Taylorismo teve que ser "flexível" na sua empresa nos tempos atuais. Pela primeira vez ele convocou uma reunião, que durou um dia inteiro, com todos os funcionários, para decidirem como manter e melhorar a produtividade e a sobrevivência do negócio. Nós sabemos que todas as pessoas são dotadas de potencial criativo. Mas é importante entender que resgatar esse potencial que, de bloqueio em bloqueio, foi jogado, "nos porões da consciência", é uma tarefa árdua e que exige habilitações, principalmente educacionais.

Por que isso?

As crianças, ao nascer, são verdadeiros cientistas. Espontaneamente experimentam, experienciam e re-experimentam. Procuram classificar e encontrar uma ordem em suas experiências. O que é melhor? Qual o pior? Cheiram, saboreiam, mordem, tocam, tentando testar a dureza, a maciez, a elasticidade, a aspereza, a suavidade, a frieza, a quentura. Levantam, batem, esmagam, empurram, apertam, esfregam e tentam apenas com o experimentável e baseiam suas assertivas apenas sobre características e comportamentos fisicamente re-demonstráveis.

Inocentemente traídos pelo sistema educacional, também inocentemente desviados da realidade os jovens são levados a abandonar sua capacidade cientifica inata, adotando instrumentos matemáticos oferecidos pela escola, com os quais sondam, classificam e associam suas informações, ganhas pela experiência, sendo que a maioria desses instrumentos matemáticos são criações não demonstráveis experimentalmente.

As crianças têm habilidades tais como: flexibilidade, fluência e originalidade que reunidas resultam no que chamamos de criatividade. Muitas pessoas, infelizmente, encarregam-se de ir soterrando esse potencial. Portanto, agora mais do que nunca, precisamos resgatá-lo. Sem criatividade não se constroi o futuro e sem educação também não se constroi o futuro. No máximo, faz-se uma reforma superficial no presente, tendo como fundamento não a prospecção do amanhã, mas os temores herdados do ontem.

E, por isso mesmo, os projetos orientados para mudança em qualquer tipo de organização devem ser tratados com criatividade com os olhos de uma criança que refaz o mundo.

Por Marco Antonio Lampoglia para o RH.com.br


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