Uma vida financeira equilibrada depende de cuidados ao escolher grandes gastos, como a moradia e o automóvel. Um exagero cometido nesses itens pode gerar reflexos indesejados sem que percebamos. Quantos não se culpam por não poder ir ao salão de beleza ou à academia porque o orçamento não comporta? Ao assumir um padrão de vida mais simples, automaticamente estamos criando espaço no orçamento para consumir mais qualidade de vida e para poupar.
Porém, nem sempre são os grandes compromissos que arruínam nossos planos financeiros. Há muitos casos em que os vilões são mesmo os pequenos gastos que fogem ao nosso controle. Cada pessoa tem o seu ponto fraco: o cafezinho diário, o chocolate, a revista, o maço de cigarros ou mesmo a caridade.
O gasto inconsequente, que nos traz felicidade momentânea ao mesmo tempo em que nos conduz ao cheque especial ou a dívidas não planejadas deve ser evitado. No mínimo, deve ser dosado contra seu uso excessivo. Seu pior efeito ocorre quando o consumo é visto como tradição, resultando na rotina de, por exemplo, tomar um cafezinho após o almoço mesmo quando não sentimos vontade. O consumo automático, que não agrega a mesma felicidade da novidade ou da primeira compra, tem as mesmas características do desperdício de energia, de água e de alimentos, característicos do consumidor brasileiro.
Controlar os pequenos desperdícios requer pulso firme e limites no seu controle mensal de gastos para os pequenos “imprevistos” ou luxos do dia a dia. A atenção é a principal ferramenta para controlar os gastos pequenos do dia a dia.
Mas, quando estamos diante de gastos que geram impactos em nosso orçamento durante vários meses, é necessário mais do que atenção. É preciso que se inclua aquele gasto nos planos, além de todas as consequências que virão a partir dele. Comprar um carro, por exemplo, não é arcar apenas com o seu valor de compra. Deve-se considerar também gastos com combustível, seguro, manutenção e estacionamentos. A compra de um blu-ray player traz de carona gastos com aluguel ou compra dos filmes. Comprar um terno melhor provavelmente exigirá gastos mais frequentes com lavanderia.
Seu planejamento deve incluir, no mínimo, uma revisão mensal para verificar gastos que surgiram ou que deixa
ram de existir. Se houver sobras, o valor destas sobras é a dimensão dos compromissos que você suporta assumir.
ram de existir. Se houver sobras, o valor destas sobras é a dimensão dos compromissos que você suporta assumir.
Saiba quanto pode ser gasto antes de gastar. Quando for ao shopping, consulte antes seu saldo na conta e a fatura do cartão. Estude seu orçamento antes de se assumir compromissos firmes, como um financiamento de médio ou longo prazo. Aliás, nunca se esqueça de que você terá mais riqueza se, ao invés de financiar, fizer uma poupança específica para a compra à vista do bem que deseja.
Tenha uma carta na manga, investimentos específicos para novos planos, para a troca do carro ou da casa ou para aquisição de equipamentos de alto valor. Se ocorrer algum imprevisto, é este tipo de plano que deve ser suspenso, e não o seu plano de poupança para a aposentadoria.
Gustavo Cerbasi (www.maisdinheiro.com.br) é consultor financeiro e autor de Casais Inteligentes Enriquecem Juntos (Ed. Gente), Como Organizar sua Vida Financeira (Elsevier Campus) e Pais Inteligentes Emriquecem seus Filhos (Ed. Sextante).
Via, falafil.com.br
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