GUSTAVO CERBASI - Como aplicar num país sem investimentos óbvios


GUSTAVO CERBASI é consultor financeiro e escritor. Escreva para ele em www.maisdinheiro.com.br. Twitter @gcerbasi (Foto: Camila Fontana)
Em 2012, o governo definitivamente deixou para trás qualquer tipo de pudor quanto às políticas intervencionistas e demonstrou que deve continuar não medindo esforços para controlar a inflação na marra. Nem que, para isso, nossos impostos sejam usados para cobrir prejuízos em empresas públicas.

Com os juros da economia em seu piso histórico e com ganhos reais abaixo de 2%, a renda fixa está descartada como única opção de investimento. Planejar investimentos e aposentadoria está cada vez mais difícil. A renda fixa deve ser encarada como reserva de valor e proteção contra a inflação, para manter somente enquanto não encontramos oportunidades em renda variável.

Mais que nunca, a construção de patrimônio das famílias depende, ao menos em parte, dos investimentos feitos em mercados típicos de ganhos variáveis, como ações, imóveis e negócios próprios. Mesmo o mercado de renda variável exige escolhas criteriosas. O excesso de intervencionismo governamental vem contra as regras de livre mercado, o que aumenta o risco dos negócios no Brasil e afeta os setores que podem vir a sofrer interferências regulatórias. O cenário exige cautela nos investimentos em ações. A participação de analistas e gestores é mais importante para montar boas carteiras de investimentos. As oportunidades estarão certamente nos segmentos menos propensos a sofrer interferências do governo.

Nos imóveis, a desaceleração é evidente. Regiões que receberam um grande número de lançamentos estão saturadas e sobreavaliadas. 2013 deve ser o ano em que os exageros devem continuar a ser corrigidos, com queda nos preços do metro quadrado em áreas que se valorizaram demais, ou aumento do preço nas áreas vizinhas, que ficaram com preço defasado. Elas deverão receber o efeito de melhorias das regiões vizinhas que se desenvolveram.
Montar um negócio próprio já faz parte do plano de aposentadoria de alguns brasileiros  
O ganho fácil e óbvio continuará raro em 2013. O valor das ações de boas empresas deverá acompanhar o crescimento dos negócios, sem euforia, pois o apetite pelo mercado brasileiro está reduzido. Da mesma forma, o ganho dos imóveis deverá ser consequência de projetos de melhoria na infraestrutura das respectivas regiões, com a especulação perdendo força.
Rentabilidades baixas nos diversos mercados devem levar os investidores a pesquisar melhor as alternativas de investimento. Isso tende a tirar a força dos produtos dos bancos de varejo, principalmente CDBs e fundos de renda fixa, abrindo caminho para a expansão das cooperativas de crédito e das butiques de investimento, cujos produtos são mais eficientes.
GUSTAVO CERBASI é consultor financeiro e escritor Via, revistaepoca.globo.com


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