Ainda se lucra na renda fixa


Ainda se lucra na renda fixa
Os investidores conservadores estão agitados. Juros em queda, poupança sob a mira do Governo, rendimentos dos fundos em baixa, nunca o brasileiro se viu tão preocupado com suas reservas financeiras. Durante muitos anos, o Brasil vinha sendo o melhor lugar do mundo para se ganhar dinheiro sem trabalhar: bastava ter dinheiro e vê-lo se multiplicar sozinho com os gordos juros da economia. Viramos agiotas.

Ao reduzir a taxa Selic para 10,25% ao ano, ou 0,8165% ao mês, o Copom não só tirou o Brasil do topo desse vergonhoso ranking, mas também fez os poupadores começarem a se mexer para estudar suas alternativas. Não é para menos. Se descontarmos o imposto de renda mínimo de 15% praticado nos produtos de renda fixa, o rendimento líquido já está abaixo de 0,7% ao mês, ou 8,65% ao ano. Com isso, qualquer fundo de renda fixa que cobre mais de 2% ao ano em taxas terá perda certa na comparação com a Caderneta de Poupança, e isso levando em conta que o poupador deixará o dinheiro aplicado por dois anos ou mais. Para quem quer poupar para resgatar em menos de seis meses, um fundo que cobre 1% ao ano em taxa de administração ficou caro.

Há alternativa? Sim, sem dúvida. Se a taxa de administração está pesando, fugir dela é a solução para melhorar o desempenho dos investimentos. Títulos públicos, adquiridos através do programa Tesouro Direto, sempre foram vantajosos. Hoje, estão mais atraentes do que nunca, ainda mais que a BM&F Bovespa, em parceria com o Tesouro Nacional, está instituindo a negociação de títulos através de homebrokers e com redução na taxa de custódia para 0,3% ao ano. Outra solução é buscar fundos de renda fixa distribuídos por corretoras de valores, cujas taxas normalmente são iguais a menores do que 1% ao ano, exigindo aplicações iniciais a partir de R$ 1 mil.

O imposto de renda também é uma pedra no sapato. Com isso, Letras Hipotecárias, para quem tem valores maiores a aplicar, e planos de previdência privada ganharam relevância nessa competição. Também para quem aplica quantias maiores, os CDBs, que permitem pagar o imposto somente no final, sem a retenção semestral de imposto praticada nos fundos, mostram-se mais competitivos de os fundos, se pagarem acima de 95% do CDI. Lembre-se que o Fundo Garantidor de Crédito assegura a preservação do capital para todos aqueles que têm R$ 20 milhões ou menos aplicados em CDB. O mesmo vale para a Poupança. =
Aliás, nesse turbilhão de mudanças e alternativas, a Caderneta continua sendo mesmo a melhor relação custo-benefício para a maioria dos brasileiros, que investem pouco e durante prazos curtos.

Tenho ouvido muita gente preocupada com a possibilidade de o Governo intervir na poupança. Há quem levante a hipótese de algo similar ao congelamento do Governo Collor. Puro terrorismo, cultivado por irresponsáveis. O Governo deve, e vai intervir na Poupança, provavelmente limitando-se a reduzir os rendimentos ou a tributar os ganhos, para situá-la na nova realidade econômica do país. Porém, não há motivo para os poupadores não confiarem mais no produto.
Você apenas deve perceber que, enfim, para ganhar mais no Brasil, será preciso trabalhar mais, ou seja, estudar as alternativas para aplicar suas suadas reservas.
Gustavo é consultor financeiro pessoal e autor de Casais Inteligentes Enriquecem Juntos (Ed. Gente) e Investimentos Inteligentes (Thomas Nelson Brasil).
autorais. Reprodução autorizada desde que citada a fonte www.maisdinheiro.com.br/


Publicado em: - 30-04-2009



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