A EFICÁCIA DE JESUS NA FORMAÇÃO DE SUA EQUIPE

A EFICÁCIA DE JESUS NA FORMAÇÃO DE SUA EQUIPE

Por Rodolfo Montosa

Provavelmente, seu sonho, como líder, é ter uma equipe capaz e apaixonada pela obra e por Deus. Uma equipe visionária e eficiente. Parece utopia, mas não é. Jesus teve uma equipe cheia de falhas, formada por pecadores como nós, mas que foi amplamente vencedora. Para termos uma equipe semelhante, precisamos aprender e conhecer os passos de Jesus ao selecionar o seu “time”. Seguem seis princípios de sua liderança

1. Jesus identificou o perfil de seus comandados

“Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens” (Mc 1.17).

Jesus buscava ajudadores que tivessem duas características: paixão e competência. As perguntas fundamentais na escolha de uma equipe são: “Onde está o seu coração?” e “Qual é a sua competência?”. Entendo por “competência” o conjunto de habilidades, unção, conhecimento e experiência. Já a “paixão” ou “coração”, é o caráter, a intenção, o compromisso e os valores pessoais.

Nas igrejas, há aqueles que são apaixonados por um ministério, mas não demonstram competência para atuar nele. Como exemplo, existem aqueles que se sentem plenamente realizados atuando no louvor, mas basta ouvi-los cantar para saber que não têm vocação para o canto fora das quatro paredes do seu banheiro. Em alguns casos, um pouco de técnica resolve. Em outros, não.

Há, ainda, o crente competente para cantar, mas que não coloca o coração nisso. Assim, o conhecimento é quase inútil, a dedicação se torna obsoleta e os frutos do ministério, escassos. O melhor é tentar atrair o coração dessa pessoa, mas sem autoritarismo. Isso precisa ser obra do Espírito Santo e não de homens. Caso essa atração não ocorra, cabe ao líder planejar uma substituição. Nem sempre o conhecimento basta.

Por fim, há aqueles que atuam em área onde são incompetentes e não têm nela o seu coração. Geralmente, estão lá por determinação de alguém que o “empurra”, na melhor das intenções. Aí só há uma saída: retire-o de lá com urgência. Não receie abrir lacunas. Ore e Deus proverá.

2. Jesus selecionou alguns

“Naqueles dias, retirou-se para o monte, a fim de orar, e passou a noite orando a Deus. E, quando amanheceu, chamou a si os seus discípulos e escolheu doze dentre eles...” (Lc 6.12,13).

Não vemos outra forma de alcançarmos um ministério bem-sucedido a não ser pela busca incessante da direção do Pai. Jesus orou antes de formar sua equipe. Um princípio básico, simples e eficiente. Jesus se dedicou pessoalmente ao processo de escolha e foi pró-ativo nessa seleção. Conviveu com seus discípulos, caminhou com eles, conheceu seus anseios.

Um ponto interessante na atitude de Jesus é que Ele escolheu justamente aqueles que tinham uma ocupação. Acreditamos que é melhor liderar pessoas engajadas em determinado trabalho — ou que pelo menos já o foram — do que liderar pessoas desocupadas. Pessoas trabalhadoras se encaixam melhor no perfil de uma equipe ideal. Estar ocupado significa se envolver naquilo a que se propõe. Ou seja, dedicar o coração, a alma e a vida.

3. Jesus capacitou os escolhidos

Não há como falar sobre o processo de escolha dos discípulos sem fazer alusão à frase “Deus não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos”. No reino de Deus, capacitação é primordial. “Então, começou a ensinar seus discípulos”. É o que narra Marcos quando fala sobre essa relação de ensino entre Jesus e sua equipe. O próprio Espírito Santo foi enviado com a tarefa de nos “ensinar todas as coisas”.

A capacitação é o ato intencional de fornecer meios para proporcionar uma aprendizagem que, invariavelmente, representa mudança no comportamento humano. E essa mudança decorre dos novos conhecimentos, do desenvolvimento das habilidades, da lapidação das atitudes e da formação de conceitos.

Treinar um membro da equipe pode ser trabalhoso, mas é fundamental para que o ministério não se perca. Quando a igreja tem membros bem treinados, ela se desenvolve melhor. E a recíproca é verdadeira. Igrejas maduras, bem desenvolvidas, valorizam a capacitação.

4. Jesus deu o direcionamento

Jesus também orientou como os setenta deveriam agir (Lc 10.1). Falou desde o que deveriam levar até como deveriam se comportar. A missão era clara e bem definida. Jesus enxergou o objetivo, montou a equipe, comunicou, instruiu e encorajou os envolvidos. Tudo isso para que considerassem a importância da missão para a qual estavam sendo escolhidos.

Assim como Jesus, o líder precisa orientar sua equipe e conduzi-la à visão que Deus lhe deu. É função do líder direcionar a obra, isto é, definir metas em cada etapa, o papel de cada um no processo e acompanhar todo o andamento da missão, não deixando que as coisas ocorram ao “acaso” ou no improviso.


5. Jesus avaliou o trabalho

O feedback, ou a reação dos envolvidos nos processos — locutores, interlocutores e receptadores — é fundamental para o sucesso. Sem avaliar os resultados de cada etapa, corre-se o risco de desperdiçar informações importantes para as próximas execuções. Em pelo menos duas ocasiões, Jesus reagiu ao comportamento dos discípulos e deixou claro uma opinião sobre os fatos. Vejamos:

• “Roguei a teus discípulos que o expelissem, mas eles não puderam. Respondeu Jesus: Ó geração incrédula e perversa! Até quando estarei convosco e vos sofrerei? Traze o teu filho” (Lc 9.40,41).

• “Então, regressaram os setenta, possuídos de alegria, dizendo: Senhor, os próprios demônios se nos submetem pelo teu nome! [...] Naquela hora, exultou Jesus no Espírito Santo e exclamou: Graças te dou, ó Pai [...] E, voltando-se para os seus discípulos, disse-lhes particularmente: Bem-aventurados os olhos que vêem as coisas que vós vedes” (Lc 10.17, 24).

Esses dois momentos se referem ao mesmo assunto: expulsão de demônios. Em um caso, Jesus repreendeu os discípulos por não terem conseguido expulsar, no outro, eles se surpreenderam pelo fato de os demônios se submeterem.

Um dos objetivos de avaliar a equipe é descobrir onde é preciso concentrar nossos ensinamentos. A avaliação é um meio, não um fim. Deve ser relativa ao objetivo desejado, mas observa também as habilidades e as atitudes em evidência no grupo. Avaliar é essencial tanto para reforçar o que é positivo como para punir o que é negativo, resultando em ajustes. Perceba que Jesus em um momento reprovou, mas no outro, aprovou o comportamento da equipe — o que evidencia sua capacidade de olhar qualidades e defeitos com a mesma intensidade.

6. Jesus incentivou sua equipe

“Ninguém há que tenha deixado casa, ou mulher, ou irmãos, ou pais, ou filhos, por causa do reino de Deus, que não receba, no presente, muitas vezes mais e, no mundo por vir, a vida eterna” (Lc 18.29,30).

O maior incentivo de quem serve deve ser agradar o Senhor. Não há alegria maior para um servo do que sentir que Deus está feliz com suas atitudes e trabalho. Por isso, creio que o maior incentivo de quem serve é que se permita que ele sirva mais.

Incentivar a equipe é estar atento à satisfação de todas essas diferentes necessidades das pessoas. Uma organização ou agrupamento não deve pretender suprir todas as necessidades de alguém, mas deve ser sensível para conhecer o estágio em que cada um se encontra e procurar fazer o melhor para ajudar cada pessoa em seu momento de vida.

Estes seis princípios observados na vida de Jesus, durante a formação de sua equipe, podem e devem ser perseguidos pelos líderes. Imitar Jesus abrange todos os aspectos de seu caráter perfeito e seu procedimento exemplar. Nele não havia pecado, por isso, tudo o que pudermos observar é digno de ser imitado. Devemos sempre aprender com o nosso Mestre!

O autor é diretor do Instituto Jetro. www.institutojetro.com
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1 comentários:

Jesus foi (é) um líder incrível.

Escrevi um livro sobre a Liderança de Jesus cujo resumo coloco aqui:
Nos versículos 14 e 15, do capítulo 15 de João está escrito:

“ Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando. Já não vos chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor, mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer.”




Leia mais
Jesus chegou a um nível de relacionamento tão profundo com Seus discípulos que passou a chamá-los de “amigos”. E Justifica: o amigo sabe tudo do seu Senhor. Isso é maravilhoso e podemos, mais uma vez, aprender aqui com o Nosso Discipulador.

Se quisermos ter um relacionamento verdadeiro a ponto de nos tornarmos amigos, precisamos ensina-lhes todas as coisas que aprendemos com Jesus. Quando fazemos isso, mostramos aos nossos discípulos que confiamos neles e a confiança é a base de qualquer relacionamento duradouro.

Jesus está nos ensinando aqui a ser discipuladores de excelência:

1º Ensine os seus discípulos. Ensinar é mostrar o caminho, dar o comando. Para ensinar você precisa aprender. Jesus disse que ensinou a seus discípulos tudo o que o Pai o tinha ensinado. Por isso, querido discipulador, se você quer ser um líder de excelência, aprenda com seu discipulador e ensine aos seus discípulos tudo o que aprender.

2º Relembre aos seus discípulos aquilo que você os ensinou. Jesus disse que o Espírito Santo, o Consolador, lembraria aos discípulos tudo o que Ele os havia ensinado.

“ Mas aquele Consolador, O Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito” (João 14:26)

Por que era necessário que o Espírito Santo lembrasse os discípulos as palavras de Jesus? Para que eles não se as esquecessem e se desviassem do caminho.

Corremos um grande perigo quando não lembramos as promessas aos nossos discípulos: eles podem ir para o caminho errado. Note-se que Jesus não encerrou seu discipulado com a sua morte, mas ele tratou de rogar ao Pai que enviasse o Espírito Santo para que desse continuidade a ele. Não podemos nos dar ao luxo de encerrarmos o nosso discipulado com a desculpa de que os nossos discípulos já estão amadurecidos na fé. Por mais maduros que estejam, eles sempre vão precisar do apoio do discipulador. Por isso eu disse anteriormente que discipulado não tem fim.

Quando Moisés Morreu, Deus logo deu um jeito de animar Josué, de fazê-lo lembrar dos ensinamentos de seu líder.
Veja:

“Ninguém se susterá diante de ti, todos os dias da tua vida; como fui como Moisés, assim serei contigo, não te deixarei, nem te desamparei. Esforça-te e tem bom ânimo, porque tu farás a este povo herdar a terra que jurei aos seus pais lhes daria. Tão-somente, esforça-te e tem mui bom ânimo para teres o cuidado de fazer conforme a lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies nem para a direita nem para a esquerda, para que prudentemente conduzas o povo por onde quer que andares.” (Josué 1:5-7)


“... E falou Josué aos rubenitas e aos gaditas, e à meia tribo de Manasses, dizendo: Lembrai-vos da palavra que vos mandou Moisés, o servo do Senhor, dizendo: o Senhor vosso Deus, vos dá descanso e vos dá essa terra...” Como em tudo ouvimos a Moisés, assim te ouviremos a ti; tão-somente que o Senhor, teu Deus, seja contigo, como foi Moisés. Todo homem que for rebelde à tua boca e não ouvir as tuas palavras em tudo quanto mandares morrerá, tão –somente esforça-te e tem bom ânimo.” (Josué 1: 12, 13, 17 e 18).

Podemos ver, claramente, que Deus estava orientando Josué a fazer segundo o que havia aprendido de Moisés. Isso me faz pensar em algo muito importante: Se o discipulador não estiver centrado nos ensinamentos de seu líder (a saber: Jesus Cristo), poderá colocar toda uma nação no calabouço. Mais uma vez vemos a importância de estarmos em conformidade com o nosso líder, falar a mesma língua dele, aprender com ele para ensinar aos nossos discípulos, para que não coloquemos todas as conquistas a perder.