Autocrítica em excesso também atrapalha, dizem especialistas

Em dose certa, pode tornar o profissional mais produtivo e competente, mas é preciso cuidado

A autocrítica em alguns momentos é saudável para uma melhor produtividade. Mas deve haver uma dose certa. "Ela é uma das formas de definir o que é adequado, competente e produtivo no trabalho", afirma Laerte Leite Cordeiro, consultor sênior em hunting, outplacement e coaching em São Paulo. Mas, quando vem em excesso, é hora de se preocupar. "A pessoa que vive em um processo contínuo de autocrítica deixa de acreditar em si mesmo e entender do que é capaz, além de passar uma imagem negativa e se tornar menos produtiva."
Essa é uma questão cultural, pois a maioria das pessoas está sempre em busca da perfeição. Mas é preciso saber qual a sua exigência, seu potencial, sua capacidade e características para, assim, entender quais resultados pode atingir.

Com a alta competitividade e metas agressivas nas empresas, é comum o profissional se compararem constantemente uns com os outros. "Com medo de errar, ele acaba não se expondo e se torna menos produtivo", afirma Paulo Mendes, sócio da empresa de recrutamento 2GET. "Tudo que ele faz ainda é pouco. Ele não valoriza nada."
A autocrítica em excesso pode gerar uma situação de conflito interno. O profissional se cobra por atitudes nas quais ainda não possui experiência suficiente para desempenhar. Em geral, quem é muito autocrítico está sempre se comparando com pessoas em cargos acima. "A pessoa forma um ideal que é impossível de acontecer naquele momento. Por isso, acaba se frustrando", afirma Márcia Gravalos Wandeur, psicóloga e diretora de comunicação da Associação dos Gestores de Recursos Humanos do ABC (Agerh).
Problemas de autoestima, insatisfação pessoal e baixa produtividade são consequência desse excesso. "O profissional se cobra e tenta chegar a uma perfeição inatingível. Começa a perder prazos, agilidade e motivação, levando a uma queda na sua produtividade", ressalta Márcia.
Lado positivo
Mas até que ponto a autocrítica é saudável? Segundo Cordeiro, é importante fazer frequentemente uma autoavaliação e análise das atitudes, da reação das pessoas às posições adotadas e da própria satisfação em relação ao trabalho. "A autocrítica sem exagero pode ser positiva para a carreira de qualquer pessoa."
O senso crítico também auxilia na busca por melhores padrões no trabalho. "Quando o profissional almeja oportunidades, um pouco de autocrítica ajuda a se tornar mais qualificado e alcançar determinados objetivos", destaca Márcia.
No processo de autocrítica, o profissional pode, por exemplo, entender qual foi o seu erro em determinada situação. "Assim, ele pode tirar um aprendizado para melhorar na uma próxima vez", afirma Celina Joppert, diretora cultural da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-Nacional). "Entender o que acontece, perceber o que foi bom e pode ser repetido, e aquilo que precisa ser mudado."
Como lapidar
Para usar a autocrítica a seu favor, o profissional precisa, em primeiro lugar, escolher suas prioridades. "Ele deve definir uma área na qual pretende melhorar e buscar empresas e pessoas que sejam boas nisso", afirma Mendes. Mas não adianta deixar o foco muito aberto e ver tudo que as outras pessoas fazem bem, pois assim ele corre o risco de achar que não consegue fazer nada.
"O profissional deve fazer frequentemente uma autoavaliação sem o julgamento baseado no parâmetro do outro", aconselha Márcia. "As perguntas a serem feitas são: o que eu posso oferecer, de que modo e como vou buscar algo melhor." O importante é refletir o que está por trás do seu comportamento e estabelecer metas realistas para si mesmo.
"As pessoas possuem talentos diferentes. Se o trabalho de um profissional demanda algo em que ele não é bom, é preciso buscar uma maneira de melhorar, mas sem se destruir", ressalta Celine. Se a crítica é muito dura e pesada, o profissional diminui sua capacidade de desenvolvimento e crescimento da carreira, pois perde a autoconfiança.

Patrícia Lucena, iG 
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